Quem é o Hugo?

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Sao Paulo, SP, Brazil
Eu sou uma pessoa imaginativa. As vezes me olho no espelho e me encontro com um poço de idéias. Por isso tenho a necessidade de me expressar de alguma forma. Vejo alguma cena na rua e consigo desenvolver um filme, me deparo com uma aula chata na faculdade e preparo um discurso e ainda, movido por uma simples palavra, discorro um texto... É assim, principalmente em forma de textos que vou me expressar aqui, falando sobre coisas do meu dia-a-dia!

domingo, 15 de abril de 2012

i have a dream

Eu tenho muitos sonhos e isso já faz um tempão. Eu tenho um sonho de carregar papai e mamãe no colo e fazer cócegas até eles chorarem de tanto rir. Eu tenho um sonho de aprender a voar e olhar o mundo todo lá de cima, eu quero então pousar e poder conversar com todas as pessoas do mundo em todas as línguas. Eu tenho um sonho de ser amigo do Tio Patinhas e do Batman. Eu tenho um sonho de pegar minha bicicleta colocar a vovó na garupa e irmos juntos pra Terra do Nunca para que nós dois continuemos ser crianças pra sempre. Meu sonho é que um dia eu tenha algo para ensinar para as pessoas grandes.

Quero ver pardais e andorinhas cantando juntos, crianças negras e brancas dividindo a mesma merenda, quero que o cinco continentes utilizem a mesma moeda. Seria bonito ver, também, pais e filhos se abraçando novamente, cavalheiros abrindo portas para suas damas e que o silencio fosse mais uma forma de demonstrar respeito. Meu sonho é que as coisas importantes sejam coisas importantes e as coisas não importantes sejam desprezadas. Quero que todas as pessoas sejam bonitas e que todas as pessoas sejam ricas. Quero que todas as pessoas tenham o direito de serem bonitas e ricas. Quero ter apenas amigos sábios, bem, o meu sonho é ser sábio. Meu sonho é que ninguém precise sentir saudade, ou dor, ou ficar sozinho, ou chorar, ou sofrer. Quero que todos saibam quem é o amor...

Meu sonho é que um dia eu tenha algo para ensinar para as pessoas grandes.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Lui, o camaleão

Lui era um camaleão que nunca havia saído de sua toca. Sua cor era cinza. Certo dia passou a pensar sobre a vida e sobre as cores que havia nela, foi então que o pequeno Lui decidiu sair do seu lar pra conhecer o mundo.
Quando aquele pequeno camaleão pisou na terra, ele se sentiu seguro e forte, mas seus pés ficaram marrons, se assustou, não sabia o que estava acontecendo. Amedrontado, continuou a andar, agora um pouco mais depressa e quando se deu conta já era um animalzinho completamente marrom como a terra, da cabeça até a cauda.
Ainda sem entender pulou no mar para que pudesse se lavar e voltar a ser cinza mais uma vez, mas ao invés disso ficou verde, um verde bem clarinho como aquela água imensa, resplandecente, fresquinha e calma. Lui não se assustou dessa vez, pelo contrário, gostou daquilo, ele entendeu que podia ser mais de uma cor.
Para se aquecer passou perto do fogo, mas além disso ficou alaranjado, manchado de vermelho e amarelo, ficou muito animado e chegou a conclusão que se adaptava a qualquer cor que se aproximasse, e desejou ser azul como o céu. Subiu ao topo da mais alta montanha, a jornada foi longa e cansativa, mas os ventos que sopravam lá no alto o fez azul como o céu. Aquilo te deu paz. Os ventos sopraram mais uma vez e agora na direção de algo muito colorido. Lá de cima o grande camaleão Lui avistou um arco-iris bem de longe, aquelas sete cores o encheram de alegria e quando se deu conta ele mesmo tinha todas as cores ao mesmo tempo. Foi aí que compreendeu de verdade quem ele era.
Ele não ficava das cores que se aproximava. Ele não mudava, não se adaptava e nem se transformava. Lui só refletia todas as cores do mundo, mas aquelas cores já existia dentro dele.

Luizinho, Zezinho e Huguinho.

domingo, 25 de setembro de 2011

[pensamento do dia]

Sabe no que eu estou pensando? Que é muito legal voce fazer amigos verdadeiros durante sua vida. Por mais que tenha acabado o colégio, ou a facu, cada um tenha tomado um rumo diferente na vida, quando a gente se encontra, as vezes anos depois, ainda parece que somos os mesmos.

[pensamento do dia]

Na bíblia diz que quando Noé saiu da arca sacrificou um animal à Deus. Lembrando que ele só levou um casal de cada espécie, será que Noé não sacrificou um Dinossauro?

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

conto tempo


Lá na Bíblia diz que “há tempo para tudo e uma estação para cada atividade sob os céus” e mesmo assim Heitor andava ansioso, nada acontecia em sua vida, resmungava pra alguém e cara feia pra outros. Todos os amigos de Heitor eram aplausos, enquanto ele nenhum ruído. Abriu o armário, escolheu suas asas azul-marinho e foi voando ao encontro do Mestre.
O Mestre era uma tartaruga velha que já tinha visto e ouvido de tudo. Quando recebeu Heitor em sua casa, o abraçou com os seus olhos enrugados. “Quanta mudança alcança o nosso ser... Posso ser assim daqui a pouco não”², foi o que disse enquanto arrumava um lugar pro seu visitante. Mesmo que parecesse que o Mestre já sabia do que se tratava o assunto, Heitor começou a contá-lo o que o afligia. A amável tartaruga escutava o que o garoto dizia, com um leve risinho no rosto, quando parou, o Mestre pôs na mesa os seus ensinamentos:
“-Asinhas, não esteja preocupado com o dia de amanhã, vivamos um dia após o outro. ‘Antes que o tempo, a clave; antes da noite uma tarde; antes do barco, a chuva; antes da roda o frio; antes do vinho a uva.’² O Sr. Tempo nos testa o tempo todo, o tempo todo nos testa o Sr. Tempo. Testa o nosso IN, nosso ON e até nosso OUT e ‘como quem compõe roupas, o outrora compúnhamos’³. Não se pergunte onde ele te fará ser, mas seja onde você é agora, porque como já foi dito ‘Antes que o tempo, clave, sustenidos e bemóis; antes do inteiro a metade; antes do vôo o tombo; antes tarde do que nunca, pra nunca mais demorar.’² ‘Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.’³” O mestre fez uma breve pausa como se para o seu amigo assimilasse tudo o que havia dito e continuou: “ ‘Antes do medo o amor, antes do amor a dúvida.’² Há tempos para todas as coisas, apenas se preocupe em ser melhor hoje. Não andeis ansioso, há tempo de dar colo e há tempo de decolar, ‘um tempo de nascer e um tempo de morrer, tempo de matar e um tempo para curar, um tempo de derrubar e tempo de construir, tempo de chorar e tempo para rir, um tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las, um tempo para procurar e tempo de desistir, um tempo para ficar em silêncio, um tempo para amar e tempo para odiar, tempo de guerra e um tempo de paz.’¹” Heitor levantou a cabeça, que há pouco mirava o rodapé de uma parede velha, fez que ia fazer uma pergunta mas a sábia tartaruga voltou a tagarelar “Todas as coisas que te acontecem hoje podem estar te preparando para o amanhã, ‘e tudo o que eu criar pra mim, vai me abraçar de novo semana que vem’², ‘pouco a pouco o passado recordamos e as histórias contadas no passado, agora duas vezes.’³ O antes, agora não é mais, pra amanhã o agora não ser mais. ‘Minha mochila de lanches? É minha marmita requentada em banho Maria! Minha mamadeira de leite em pó, é cerveja gelada na padaria. Meu banho no tanque? É lavar carro com mangueira. E se antes, um pedaço de maçã, hoje quero a fruta inteira’² e se é a fruta inteira que você quer, caro Heitor é a fruta inteira que terá." Da sua moderna prateleira, o cuidadoso Mestre tirou um livro grande e bonito, abriu em uma página qualquer e sem dar tempo para que o segundo tomasse nota foi receitando “Reciclar a palavra, o telhado e o porão... Reinventar tantas outras notas musicais... Escrever o pretexto, o prefácio e o refrão... Ser essência MUITO mais...’²” Parou e observou “Posso ver nos seus olhos expressivos que está começando entender, não é mesmo, meu filho? ‘O que há, é o que é, e o que será.’² Antes há vida, mas ‘
certamente o destino dos seres humanos é como o dos animais, o mesmo destino espera a ambos: como morre um, assim morre o outro. Tudo é sem sentido.’¹
O Mestre olhou pela janela “ ‘Eu não sou Sr. tempo, mas eu sei que vai chover’, está na hora de seguir em frente, meu grande amigo." O mestre lhe deu um capacete e um escudo dourado que, premeditadamente, ornavam com suas volumosas asas. O jovem saiu voando e enquanto ar se perguntava como o seu mestre podia saber tanto a seu respeito já que silenciava. O Mestre enquanto terra, pensava que seu fiel amigo entrou com um coração aflito e levou no peito um coração sereno, e com o conhecido risinho no rosto falou baixinho “Nas asas do tempo a tristeza voa”³


Heitor


referências:
¹ Bíblia Sagrada - Eclesiastes 3
² O Teatro Mágico - A primeira semana / ... / De ontem em diante
³ Fernando Pessoa / Ricardo Reis- Tempo de travessia / Cada coisa à seu tempo

segunda-feira, 6 de junho de 2011

[clique aqui] Insetos Interiores - O Teatro Mágico


Notas de um observador:

Existem milhões de insetos almáticos.
Alguns rastejam, outros poucos correm.
A maioria prefere não se mexer.
Grandes e pequenos.
Redondos e triangulares,
de qualquer forma são todos quadrados.
Ovários, oriundos de variadas raízes radicais.
Ramificações da célula rainha.
Desprovidos de asas,
não voam nem nadam.
Possuem vida, mas não sabem.
Duvidam do corpo,
queimam seus filmes e suas floras.
Para eles, tudo é capaz de ser impossível.
Alimentam-se de nós, nossa paz e ciência.
Regurgitam assuntos e sintomas.
Avoam e bebericam sobre as fezes.
Descansam sobre a carniça,
repousam-se no lodo,
lactobacilos vomitados sonhando espermatozóides que não são.
Assim são os insetos interiores.

A futilidade encarrega se de “mais tralos'.
São inóspitos, nocivos, poluentes.
Abusam da própria miséria intelectual,
das mazelas vizinhas, do câncer e da raiva alheia.
O veneno se refugia no espelho do armário.
Antes do sono, o beijo de boa noite.
Antes da insônia, a benção.

Arriscam a partilha do tecido que nunca se dissipa.
A família.
São soníferos, chagas sem curas.
Não reproduzem, são inférteis, infiéis, “infértebrados”.
Arrancam as cabeças de suas fêmeas,
Cortam os troncos,
Urinam nos rios e nas somas dos desagravos, greves e desapegos.
Esquecem-se de si.
Pontuam-se


A cria que se crie, a dona que se dane.
Os insetos interiores proliferam-se assim:
Na morte e na merda.

Seus sintomas?
Um calor gélido e ansiado na boca do estômago.
Uma sensação de: o que é mesmo que se passa?
Um certo estado de humilhação conformada o que parece bem vindo e quisto.
É mais fácil aturar a tristeza generalizada
Que romper com as correntes de preguiça e mal dizer.
Silenciam-se no holocausto da subserviência
O organismo não se anima mais.
E assim, animais ou menos assim,
Descompromissados com o próprio rumo.
Desprovidos de caráter e coragem,
Desatentos ao próprio tesouro...caem.
Desacordam todos os dias,
não mensuram suas perdas e imposturas.
Não almejam, não alma, já não mais amor.
Assim são os insetos interiores.

domingo, 5 de junho de 2011

Todos os dias, são o primeiro dia do resto das nossas vidas. Hoje é um desses dias.